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Funções conhecidas como ‘chão de fábrica’ começam a se profissionalizar
Tidas como posições mais básicas nas organizações, cargos como de auxiliar de produção veem exigências aumentarem e imporem desafios a candidatos e empresas
Ocupar um cargo de auxiliar de produção nos dias atuais não é mais tarefa fácil. Com o avanço da tecnologia e, sobretudo, a complexidade dos processos produtivos, as indústrias passaram a exigir níveis de formação mais altos em todas as áreas, inclusive naquelas que um dia já foram chamadas de “chão de fábrica”.
De acordo com a especialista em desenvolvimento organizacional da Fundação Getulio Vargas (IBE-FGV), Rita Ritz, isso tem acontecido porque o nível de competição tem se tornado altíssimo, o que tem feito com que as companhias busquem incessantemente pela inovação e diferenciação. “Existe uma demanda por profissionais que tenham a capacidade de fazer a leitura de uma situação antes de executar uma tarefa e isso impacta diretamente no nível de formação”, destaca Rita.
De acordo com a especialista, as organizações passaram a perceber que as pessoas são um diferencial. “O nível de orientação de um profissional influencia até mesmo em questões mais básicas, como segurança. Aquele pensamento de produção linear, em que o funcionário desempenha uma função quase que mecânica, desaparece, dando espaço para um profissional que sabe analisar o cenário e tomar decisões”, aponta.
Líder do mercado de papéis térmicos na América Latina, a Oji Papéis Especiais é uma das empresas que tem vivido essa realidade. Hoje, para ser contratado como auxiliar de produção da empresa, o mínimo exigido é a formação de ensino médio. Ademais, conhecimentos em matemática e português são tidos como quesitos fundamentais, cursos de informática ou do setor são diferenciais e tudo é avaliado desde o currículo.
Segundo o vice-presidente da empresa, Agostinho Monsserocco, todo esse processo se faz necessário pelas características das funções que serão exercidas. A empresa, que possui quase 600 profissionais e produz mais de 70 mil toneladas de papel por ano, conta com um processo produtivo de alta tecnologia, com operações e monitoramentos feitos, em sua maioria, por softwares. Para se ter uma ideia, quase todos os profissionais da OJI possuem um computador, e-mail, acesso à internet e são responsáveis por um relatório ao fim de cada turno. “Por isso é importante uma capacidade analítica, que posicione o funcionário, de fato, como um profissional”, conta.
Dificuldades fazem empresas apostarem em formação interna
De acordo Rita Ritz, as empresas têm enfrentado dificuldades de encontrar esses profissionais, tendo em vista que o sistema educacional do Brasil não tem preparado bem os futuros trabalhadores. “A alternativa é a formação dentro da própria organização”, diz.
Foi o que aconteceu com Pablo Rodrigo Barbosa. Ele foi admitido na Oji Papéis Especiais como auxiliar de produção e, assim que começou a trabalhar, ingressou nos programas de formação profissional da empresa. Hoje, ele faz o curso de Técnico em Química com a metade dos custos bancados pela companhia. “Espero trabalhar e me qualificar muito para crescer e me desenvolver”, diz.
Para Monsserocco, a formação interna é uma alternativa viável e rentável. “Quando encontramos um bom profissional, temos que valorizá-lo. Hoje, a nossa taxa de rotatividade é baixíssima e quase 80% dos profissionais dizem que querem continuar trabalhando aqui pelos próximos cinco anos. Esses são os benefícios de uma seleção bem feita, valorização pessoal e profissional”, aponta.
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